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Junta de Freguesia - História da Terra


     Com uma área de cerca de 32,71 Km2 a freguesia de S. Martinho da Cortiça está situada no extremo noroeste do concelho de Arganil, no distrito de Coimbra. Faz fronteira a sudoeste com o concelho de Vila Nova de Poiares, a noroeste com o de Penacova e a nordeste com o de Tábua.
     A sul, o rio Alva constitui a sua fronteira com a freguesia de Pombeiro da Beira e as diversas ribeiras que a ele vão desaguar sulcam a freguesia em toda a sua extensão originando uma paisagem acidentada onde os vales são preferencialmente ocupados pela agricultura e as encostas pelas florestas de pinheiro e eucalipto.

 


 
     A albufeira da Barragem das Fronhas apresenta-se com múltiplas potencialidades para os amantes da Natureza. Nas suas águas, onde acontecem regularmente concursos de pesca desportiva, são abundantes os barbos, as bogas e os achigãs.

 


 
     É rasgada ao meio pela Estrada Nacional 17, mais conhecida por Estrada da Beira, que constitui o seu principal eixo de desenvolvimento de onde se desprendem as suas duas principais ramificações: uma estrada da Portelinha à barragem das Fronhas e outra do Ramal das Pombeiras à ponte de Vale de Espinho.
     É servida pelo Itinerário Complementar 7 que parte da Catraia dos Poços e estabelece uma rápida ligação ao Itinerário Principal 3, no troço entre Coimbra e Viseu. Encontra-se a cerca de 30 min. de Coimbra e a menos de 50 min. de Viseu.

 


 
     A freguesia de S. Martinho da Cortiça tem actualmente 1524 habitantes, dos quais 740 homens e 784 mulheres, num total de 516 núcleos familiares, 851 fogos e 831 edifícios.
Tem actualmente 1358 eleitores recenseados.
     A exploração florestal continua a ser uma actividade com grande expressão nesta freguesia densamente florestada. Os madeireiros e as indústrias de transformação de madeiras empregam grande parte da população de S. Martinho da Cortiça. A indústria da construção civil também adquiriu nas últimas décadas uma preponderância assinalável.


     A primeira referência histórica à igreja de S. Martinho, em outro tempo da Sanguinheda, remonta ao ano de 1141, altura em que a freguesia pertencia à herdade de Pombeiro e Souto Seco, instituída pela rainha D. Teresa em 1126. Nesta altura estaria já situada no Passal, um sítio ermo na parte traseira da colina em que assenta a povoação de S. Martinho, entre a Cortiça e a Sanguinheda. Foi construída como tantas outras fora do povoado, ao lado da antiga estrada da Beira, para ficar no meio da sua vasta circunscrição eclesiástica. Suspeita-se contudo que a sua fundação possa remontar a finais do séc. IX, logo após a reconquista de Coimbra aos mouros em 878.
     A ocupação da freguesia teve origens certamente mais remotas. A antiga estrada da Beira procedeu da antiga via romana que ligava Coimbra a Salamanca e transpunha o rio Alva na ponte da Mucela, onde ainda hoje se observam silhares romanos reempregues na sua estrutura. Aqui desde logo se fixaram as primeiras populações, como o provam as várias moedas e medalhas romanas encontradas em alicerces de casas desta povoação e vestígios de lavras de minas de ouro exploradas pelos romanos.
     Durante os séc. XII e XIV fez também parte do castelo de Góis e Bordeiro e do senhorio de Arganil. Em 1355 a freguesia, que na altura era mais extensa abarcando a actual freguesia de Carapinha, foi incluída no senhorio de Pombeiro, concedido por escambo a Martim Lourenço da Cunha pelo rei D. Afonso IV ao qual se manteve ligado até ao séc. XIX.
     Em finais do séc. XV, Artur da Cunha, senhor de Pombeiro, desmembrou os lugares de Sanguinheda e Carapinha para constituir o senhorio da Sanguinheda, que deu territorial, mas não política nem judicialmente ao seu terceiro filho, Simão da Cunha.
A Sanguinheda era então a sede das funções comunais e a partir de 2 de Novembro de 1513, data em que o rei D. Manuel I lhe deu carta de foral, passou a ser sede de concelho. Aí estava o pelourinho e a casa da câmara, onde tinha assento o juiz, o vereador, o escrivão da câmara e outro do judicial e órfãos. As restantes povoações da freguesia continuaram a fazer parte do concelho de Pombeiro, entretanto instituído.
Por volta de 1598, por estar a igreja em sítio descampado, sujeita a roubos e ruína iminente, reformou-se a capela de Santo Amaro da Cortiça, para onde se transferiu o Santíssimo. Aqui esteve por mais de vinte anos, onde se fundou a Irmandade do Santíssimo Sacramento, em 1602.
     Não sendo, porém, a capela um sítio próprio para a matriz, o prior desta freguesia D. Nuno Castelo Branco, filho ilegítimo do senhor de Pombeiro, adquiriu e doou o terreno para a construção de um novo edifício na Póvoa de S. Martinho. A igreja foi benzida a 28 de Maio de 1624, transferindo-se definitivamente a sede da freguesia da Sanguinheda para a Póvoa, actualmente S. Martinho da Cortiça.
     Durante a terceira invasão francesa, em 1811, a freguesia esteve a ferro e fogo. Na ponte da Mucela desmontou-se um dos arcos da ponte da Mucela durante a retirada dos franceses e aqui se lhes deu luta enquanto que os invasores saqueavam as aldeias da freguesia queimando portas, janelas e trastes, pilhando cereais, vinho e gado, abusando das mulheres e assassinando os seus maridos. Na igreja queimaram e quebraram o que encontravam ateando cinco fogueiras ao longo do templo.
     Durante as lutas liberais a povoação da Cortiça foi incendiada em 1832 por vingança dos absolutistas na sequência da "queima da pólvora". Transportando os absolutistas um carregamento de vinte carros de pólvora desde Abrantes com destino ao cerco do Porto os liberais fizeram-lhe uma emboscada e apoderaram-se da pólvora perto da Cortiça e por recearem ser contra-atacados os fizeram explodir na Catraia dos Poços com formidável estrondo.
     A 6 de Novembro de 1836 foi extinto o concelho da Sanguinheda, assim como o de Pombeiro, passando a freguesia de S. Martinho, até aqui constituída por parte deste e a totalidade daquele, a fazer parte do concelho de Farinha Podre, actualmente S. Pedro de Alva. A freguesia passou depois para o concelho de Tábua a 31 de Dezembro de 1853, até que foi transferida definitivamente para o concelho de Arganil, ao qual pertence desde 24 de Outubro de 1855.
     Em 1843 surgiu a primeira botica, em 1861 o primeiro estabelecimento de ensino primário, ainda antes de 1884 a primeira delegação postal e em 1907 o partido médico, primeiros sinais de progresso. Dada a sua localização junto do porto da Raiva e da ponte da Mucela foi terra de almocreves e negociantes. As explorações de minérios como a prata e chumbo estão bem documentadas em finais do século passado, assim como explorações de toda a zona de barreiros que se estende desde a Cortiça à Sanguinheda. A partir de finais da década de quarenta apareceram as primeiras indústrias ligadas à exploração e transformação de resina e madeiras transformando S. Martinho da Cortiça em terra de resineiros e madeireiros. Mais recentemente apareceram as indústrias ligadas à pecuária e laticínios e as empresas de construção civil.


     A Igreja Matriz de S. Martinho da Cortiça, amplo edifício construído em grés regional, de fachada simples, com alta porta rectangular em cuja verga se grava o brasão dos Cunha de Pombeiro. O interior mostra duas capelas abertas nos flancos da nave e em frente a capela-mor, cujos arcos são aparelhados em calcário coimbrão lavrado de tarjas. São marcados com o brasão dos Castelo Branco e dos Cunhas.
O púlpito, assente em duas mísulas, também em calcário, é marcado com o leão dos Castelo Branco.
     O retábulo-mor, de madeira dourada, com quatro colunas ligadas por arcos, torcidas e com pâmpanos, é do fim do séc. XVII. Reveste o frontal da mesa do altar principal um belo painel de azulejos sevilhanos quinhentistas. Os retábulos colaterais ao cruzeiro e os das capelas, todos do mesmo traçado pertencem ao séc. XVIII e mostram duas colunas, alta cabeceira com sol radiante, anjos acroteriais e ornatos concheados.
Entre as esculturas destacam-se algumas. Três em calcário, do final do séc. XVI, vindas da igreja velha: S. Martinho, na frontaria, Santa Luzia e Santa Águeda, num nicho perto da capela da direita. Há ainda num nicho com uma Virgem com o Menino, do séc. XVI-XVII e um Santo Bispo, do séc. XVI, gótico. Entre as alfaias encontram-se um cálice, de prata branca gravada de tarjas, do séc. XVI, e um véu de ombros, bordado a matiz, do séc. XVII.
     A igreja, porém, encontrava-se distante, em sítio ermo; construída, como tantas outras, fora do povoado, para estar ao meio da circunscrição eclesiástica. Fica o seu sítio pela parte traseira da colina em que assenta a povoação de S. Martinho, entre pinhais, ao lado da antiga estrada da Beira. Era designada pelo nome de S. Martinho da Sanguinheda.
     No princípio do século XVII, a igreja passou para o pequeno lugar, chamado Póvoa, que acabou por ficar com o apelativo de S. Martinho da Cortiça.
Nos fins do século XV, a Sanguinheda, numa extensão de território indefenível hoje, foi separada do senhorio de Pombeiro, na pessoa de Simão da Cunha, que aí instituiu um morgado para sua irmã D. Inês da Cunha, o qual foi parar aos senhores de Melo, continuando o senhorio nos de Pombeiro.
     Foi o prior D. Nuno de Castelo Branco que levantou a actual igreja, entre a sua nomeação para a paróquia, em 1617, e a bênção do edifício no dia 28 de Maio de 1624. Marcou-a com os brasões de armas da família, o dos Cunhas na porta principal e no arco cruzeiro e o leão dos Castelos Brancos sobre a capela esquerda no púlpito.
     A antiga não foi demolida; durante algum tempo fizeram-se aí enterros, o abandono progressivo é que a inutilizou; agora só existe o sítio.
     A igreja actual é um amplo edifício, construído em grés regional, que se encontra no subsolo para os lados da Sanguinheda; todavia, no púlpito, no arco cruzeiro e nos das duas capelas empregou-se o calcário vindo de Coimbra e certamente já aparelhado. Fachada simples, com alta porta rectangular, em cuja verga se grava o brasão dos Cunhas, sobrepujada de janela do coro e de um nicho de pilastras com escultura. As portas travessas são de igual traçado. A torre encontra-se a meio do corpo, oblonga, tendo uma ventana nas faces estreitas e duas nas outras.
     O interior mostra duas capelas, abertas nos flancos da nave. Cobrem-se de cúpula simples, de tijolo. De tijolo é igualmente a abóbada da capela-mor. Os arcos destas capelas e o do cruzeiro são lavrados de tarjas, encontrando-se os pés direitos (só os do lado da frontaria) postos de viés.
     O púlpito, lavrado de tarjas, assenta em duas mísulas, sendo da época da construção. O retábulo principal, de madeira dourada, com quatro colunas ligadas por arcos, torcidas e com pâmpanos, é do fim do séc. XVII. Os dois colaterais e os das capelas, todos do mesmo traçado, feitos na segunda metade do séc. XVIII, têm duas colunas, sóis e anjos acroteriais.
     A povoação de Sanguinheda, como se disse, separou-se nos fins do séc. XV do senhorio de Pombeiro. A capela antiga foi inteiramente transformada, mesmo com alteração da orientação, em 1922. Nada se pôde conservar do antigo, pelo estado de salitragem do grés das cantarias.
     Conserva-se a escultura de calcário, da Virgem com o Menino, pousando uma coroa de rosas na cabeça duma figura feminina ajoelhada, do princípio do séc. XVI, manuelina. Data do tempo do donatário Simão da Cunha.
O incêndio na Cortiça, em 1832, atingiu a Capela de Santo Amaro, sendo reconstruída por volta de 1880-1885. O retábulo de restos de talhas data dos séculos XVII e XVIII. Possui um Santo Amaro, de barro, do tipo setecentista e uma Senhora da Conceição, de pedra, do século XVI.
     Quanto a casas antigas na Cortiça, uma localiza-se junto à capela, tendo só uma das fachadas antigas; de portal de pilastras e frontão curvo, com o brasão dos Cunhas de Pombeiro, uma sacada de cada ângulo; da segunda metade do séc. XVIII.
     A Capela de Nossa Senhora da Encarna-ção, no Mucelão, é incaracterística. A Capela de S. Nicolau, nas Pombeiras, com alpendre, está a arruinar-se. Possui uma escultura de S. Nicolau, bispo, com as crianças na celha, de pedra, do fim do século XVI, corrente.
Na Sobreira fica a Capela de Nossa Senhora das Neves. O visitador da Igreja de Paradela da Cortiça ordenava, a 19 de Novembro de 1708, que se fizesse uma capela no terreno cedido por José Cortês, proprietário local, para servir esta povoação, que então se chamava Estrada, ficando comum às duas freguesias de Paradela e de S. Martinho, pelas quais se reparte o mesmo lugar. Tinha a porta outrora para o lado oposto.
     A Ponte da Mucela, um destacado exemplar da arquitectura gótica civil. Foi mandada construir em 1298 pelo tesoureiro de D. Dinis, Pero Salgado, para substituir uma romana. Conta quatro arcos, dois grandes sobre o rio com forte pegão e proeminente talhamar e dois em tamanho decrescente para o lado da povoação.
     As Casas Antigas. Na Cortiça uma junto à capela, de portal de pilastras e frontão curvo com o brasão dos Cunhas e sacada em ângulo assente em forte bacia moldurada, do séc. XVIII. Outra no largo da Cortiça com janelas de aro moldurado e verga curva, além de restos de outras casas do mesmo século. A Casa dos Correia de Aguiar, na Sobreira, com frontaria de aberturas rectangulares e porta de verga curva, ostentando brasão do início do séc. XIX. A Casa da Quinta da Carvalha e sua capela, em Mucelão, do séc. XIX.
     As Capelas. Das muitas capelas da freguesia destaca-se, por motivos históricos, a Capela de Santo Amaro, na Cortiça, reconstruída em 1880, com retábulo de restos de talha dos séc. XVII-XVIII. Possui imagens de Santo Amaro, tipo setecentista, que veio substituir uma outra roubada pelos franceses, e da Senhora da Conceição, de pedra, do séc. XVI.
    Possuidoras de um património interessante referenciam-se também a Capela de Nossa Senhora do Rosário, na Sanguinheda, com escultura de calcário da Virgem com o Menino do séc. XVI, manuelina, a Capela de Nossa Senhora da Encarnação, em Mucelão, com escultura de calcário da Virgem com o Menino, sentada, do séc. XV, a Capela de S. Nicolau, nas Pombeiras, com escultura em pedra do bispo S. Nicolau, do séc. XVI, e a Capela Nossa Senhora das Neves, na Sobreira, com retábulo do séc. XVIII e escultura em pedra da Senhora com o Menino, do séc. XV.
     O Pelourinho da Sanguinheda, do séc. XVI, do qual subsiste apenas o seu fuste a servir de suporte à trave de uma casa da povoação.

 


Actividades económicas: Agricultura, pecuária, transformação de madeira, construção civil e comércio
 

Festas e Romarias: S. Martinho (fim-de-semana mais próximo de 11 de Novembro), S. João (Ponte Mucela, 24 de Junho), Santo Amaro (Cortiça, móvel), S. Bento (Cavaleiro, Julho/Agosto), Nossa Senhora da Boa Viagem (Poços, 1.º domingo de Agosto), Santiago (Sail, 23 de Julho), No
 

Património: Igreja matriz, Capela de Santo Amaro e cruzeiro
 

Outros Locais: Praia fluvial e lugar da Cortiça
 

Gastronomia: Chanfana de borrego e torresmos
 

Artesanato: Tecelagem, bordados, tapeçaria e tanoaria
 

Colectividades: Grupo Desportivo e Cultural de S. Martinho da Cortiça, Comissões de Melhoramentos de Cortiça, Sanguinheda e Urgueira
 

Orago: S. Martinho
 

Feiras: Anual, a 11 de Novembro

 

INFORMAÇÃO RECOLHIDA NO SITE: http://saomartinhodacortica.no.sapo.pt

 

OS NOSSOS AGRADECIMENTOS A

 

João Pedro Nogueira Portugal

 

Portelinha


  
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